Vou contar uma história pra vocês.
Ultimamente eu tenho duelado com essa pilha de livros. Temos lutado bravamente. Especialmente o primeiro da pilha tem sido muito impertinente (importante ressaltar que o primeiro volume é um caderno onde faço minhas anotações, o primeiro livro é o Prometo Perder). Pois bem, esse livro veio parar em minhas mãos por circunstâncias da vida. Não foi uma escolha comum da prateleira da livraria cultura. Ler esse livro pra mim é viver em um constante estado de arrancar a casquinha do machucado. Quando começa a sair sangue eu paro. Quando a casquinha se forma eu volto.
Pois bem, hoje eu estava com Benjamin saindo da Leroy Merlin e indo visitar a avó. Ele começa a fazer as projeções de futuro dele. Então ele fala da vida quando tiver 40 anos. Eu digo que quando ele tiver 40 anos eu vou estar velhinha e gagá e ele terá de cuidar de mim. Explico que quando envelhecemos ficamos esquecidos. Logo, ele teria que cuidar de mim como eu cuido dele, porque velhinha eu poderia acender o fogão, me esquecer e então botar fogo na casa. Então ele vira pra mim e diz: - Não tem problema mãe, eu cuido de você. É só coloca-la no sofá e dar o livro Prometo Perder pra você ler que você fica bem quietinha.
Como essa história chega na outra vida? Dando sequencia ao assunto juventude - velhice, chegamos a outra etapa, a morte. Então ele explica que depois que ficamos velhos nós morremos e vamos para o buraco da morte. Nesta ocasião nós nos vestimos como um noivo, segurando uma flor e ficamos deitado numa caixa enquanto nosso melhor amigo fica ao lado. Depois, nós somos colocados no buraco da morte para virarmos esqueleto. Nesse meio tempo nosso espírito já foi pro céu para esperar e nascer novamente.
E aí ele me conta de que na outra vida nós nos encontramos na praia. Lá ele era um mergulhador que saltava de penhascos e eu era uma menina com rabo de cavalo. Verdade? Mentira? Fantasia? Na outra vida ainda estarei lendo Prometo Perder? Façam suas apostas amigos.
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